A redução do Imposto de Importação de bicicletas mudou a dinâmica do setor no Brasil. Entenda os impactos nas importações, exportações e no mercado nacional, com dados exclusivos da Aliança Bike.
Introdução
O mercado de bicicletas no Brasil vive um momento de transformação. A redução do Imposto de Importação de bicicletas mudou a dinâmica do setor, influenciando preços, competitividade e o comércio exterior. Somada ao crescimento das transações internacionais em 2024, essa mudança abre novas perspectivas para importadores, exportadores e consumidores.
A Aliança Bike, criada em 2003 e formalizada em 2009, tem como missão fortalecer a economia da bicicleta e ampliar o seu uso por brasileiras e brasileiros. Por meio do Boletim Técnico de Importação e Exportação 2025,
a associação oferece um panorama detalhado do setor, com base em dados oficiais da Comex Stat e da RAIS. Este relatório é referência para decisões estratégicas, políticas públicas e investimentos.
Neste artigo, analisamos os efeitos da redução do Imposto de Importação de bicicletas, os resultados do comércio exterior em 2024 e como esses dados se conectam à celebração do Dia do Ciclista.
Histórico do Imposto de Importação de bicicletas no Brasil
Em 2011, a alíquota do II subiu de 20% para 35%, tornando-se uma das mais altas do mundo. O objetivo era proteger a indústria nacional. No entanto, a consequência foi o encarecimento das bicicletas para o consumidor final.
Após anos de debate, em 2021 o Gecex anunciou reduções graduais, que deveriam retornar a alíquota a 20%. Entretanto, após pressões da indústria nacional, a redução foi limitada a 31,5%, permanecendo acima da média mundial.
Esse cenário abre a discussão: como equilibrar proteção à indústria local e acesso democrático às bicicletas no Brasil?
Comércio exterior e o impacto do Imposto de Importação de bicicletas em 2024
Segundo o boletim da Aliança Bike, o setor movimentou US$ 269 milhões em transações internacionais em 2024, representando um crescimento de 8% em relação a 2023.
Importações
Componentes: representaram 93% do total (US$ 248,9 milhões).
Quadros, garfos e partes: +22% em valor e +85% em volume.
Principais fornecedores: China e Taiwan (80%).
Portos: Itajaí (SC) ganhou protagonismo, enquanto Santos (SP) perdeu participação.

Exportações
Crescimento de 5% no total exportado.
Bicicletas inteiras: +127% em unidades e +56% em valor.
Principais destinos: Argentina, Paraguai e Uruguai (90% das vendas).
Exportação de componentes caiu de US$ 3 mi para US$ 1,8 mi.
Impactos regionais e logísticos
Santa Catarina lidera em volume de quadros e garfos importados. O Porto de Itajaí tornou-se a principal porta de entrada de componentes em 2024.
Enquanto isso, o Amazonas registrou crescimento, enquanto o Espírito Santo apresentou retração. Portanto, esses dados reforçam a importância estratégica de portos regionais e sua influência direta na cadeia de suprimentos do setor.
Essa movimentação reforça o papel estratégico das infraestruturas logísticas regionais na cadeia de suprimentos do setor.

Mercado de trabalho e distribuição
Segundo a RAIS, o setor atacadista de bicicletas apresenta:
Estabilidade no número de estabelecimentos (cerca de 260 entre 2022 e 2024).
Queda de empregos formais (de 2.900 em 2022 para 1.797 em 2024).
Crescimento da remuneração média real, indicando maior qualificação dos postos ativos.
Ocupações mais comuns: vendedores atacadistas e varejistas.
Em resumo, os dados indicam estabilidade empresarial, mas ajustes na estrutura de emprego.
O boom da pandemia e a retomada
Em 2020, as vendas cresceram 50% em relação a 2019, mas a falta de componentes importados limitou a produção.
Esse período reforçou a dependência do Brasil das importações e a necessidade de políticas que fortaleçam a cadeia nacional sem prejudicar a competitividade e o acesso da população às bicicletas.
Oportunidades no setor após a redução do Imposto de Importação de bicicletas
Acesso democratizado: redução de impostos pode baratear bicicletas.
Competitividade industrial: estímulo à inovação nacional.
Expansão logística: fortalecimento de portos como Itajaí e Paranaguá.
Mercado externo: crescimento das exportações para o Mercosul.
Histórico da redução do Imposto de Importação
A Associação Brasileira do Setor de Bicicletas pleiteava há anos a volta da alíquota de 20%. Em 2021, a Resolução Gecex nº 159/21 definiu:
30% a partir de 1º de março de 2021 (antes 35%).
25% a partir de 1º de julho de 2021.
20% a partir de 31 de dezembro de 2021.
Porém, após pressão da indústria nacional, a Camex recuou. A Resolução Gecex nº 170/21, de 19/03/2021, limitou a redução a 31,5%.
Imposto de Importação de bicicletas e a conexão com o Dia do Ciclista
O Dia do Ciclista, celebrado em 19 de agosto, reforça a importância da bicicleta como ferramenta de mobilidade sustentável, saúde e lazer.
Com os ajustes tributários e os dados do comércio exterior, o Brasil tem a oportunidade de consolidar a bicicleta como protagonista da mobilidade urbana e do desenvolvimento sustentável.
Conclusão
A redução do Imposto de Importação de bicicletas e os números apresentados no Boletim Técnico 2025 mostram um setor em plena transformação. O grande desafio é equilibrar a proteção da indústria nacional, garantir acesso mais democrático ao consumidor e ampliar a presença brasileira nas exportações.
🚴 Na Syndex, acompanhamos essas mudanças para apoiar importadores e exportadores com soluções aduaneiras e logísticas personalizadas. Se sua empresa atua no setor de bicicletas ou em qualquer outra cadeia internacional, conte conosco para navegar com eficiência e segurança nas regras do comércio exterior.