Você já ouviu falar em hidrogênio verde?
A humanidade se depara agora com um impasse: como fazer economias e sociedades continuarem crescendo sem degradar ainda mais o meio ambiente? Por um longo tempo, o progresso foi sinônimo de queimar volumes massivos de combustíveis fósseis, derrubando árvores sem pestanejar. Esse modelo nos trouxe riqueza material, mas criou uma crise climática de proporções épicas.
Desse modo, a busca por alternativas energéticas limpas e renováveis tornou-se questão de sobrevivência.
O hidrogênio, certamente, o elemento mais simples e abundante do universo, emerge como uma dessas alternativas promissoras.
Este texto explora como o hidrogênio verde pode revolucionar um setor-chave para a descarbonização planetária: o transporte internacional. Em seguida, serão abordados seus modos de produção, vantagens ambientais, desafios de implementação e perspectivas futuras.
O Brasil vem assumindo forte protagonismo nessa nova frente energética. Temos know-how de sobra em fontes limpas e logística para consolidar o país como potência do hidrogênio verde. Aposto que você jamais imaginou que dá pra juntar tudo isso num só lugar. E essa inovação vai mudar tudo que o conhecemos por aí. Fique ligado nessa onda de vanguarda que vem com força total!
O que é hidrogênio verde?
Hidrogênio verde é o combustível do futuro. Extraído da água usando energia solar, eólica ou hídrica, esse gás ganha vida sem poluir o planeta.
Diferentemente de outras versões, sua produção não solta gases de efeito estufa. Assim sendo, a matéria-prima é simples: água, o recurso mais que abundante mundo afora. Em suma, o processo principal é a eletrólise, que separa hidrogênio e oxigênio aplicando uma corrente elétrica 100% renovável. Em seguida, basta aproveitar essa energia limpa em células ou motores. Sem emissões nocivas! Esta é uma alternativa ideal para substituir diesel, gasolina e afins no transporte ou indústria.
Por seus benefícios socioambientais, o hidrogênio verde se consolidou como aposta para descarbonizar a economia. Com esse combustível que não prejudica o meio ambiente, o objetivo agora é neutralizar o uso de carbono.
Hidrogênio verde versus outras formas de hidrogênio
Existem, basicamente, três maneiras de produzir hidrogênio: cinza, azul e verde. O hidrogênio cinza vem do gás natural. Assim sendo, ele é produzido pela reforma a vapor do gás natural, um processo que solta muito gás carbônico, intensificando o efeito estufa. Portanto, é uma abordagem pesada para o clima.
Já o hidrogênio azul envolve a mesma reforma a vapor do gás natural, porém, com captura e armazenamento do carbono emitido. Isso reduz as emissões, mas perpetua a dependência dos combustíveis fósseis. Além disso, há riscos quanto ao “escape” do CO2 comprimido.
O hidrogênio verde se destaca como a opção mais sustentável e limpa. Ele é gerado a partir da eletrólise, usando energia solar, eólica ou hídrica. Dessa forma, o processo separa os átomos de hidrogênio e oxigênio presentes na água. O resultado então é zero emissões e uma fonte renovável. Como não depende de combustíveis fósseis e sequestra carbono da atmosfera na forma de biomassa durante o ciclo de vida das renováveis, o hidrogênio verde é essencialmente carbon-free. Sua grande vantagem ambiental está alinhada com a urgência da descarbonização para barrar os piores impactos das mudanças climáticas.
Hidrogênio verde no transporte internacional
O transporte é responsável por 25% de todo o gás carbônico lançado na atmosfera mundialmente. Descarbonizar esse setor é, portanto, indispensável para frear as mudanças climáticas.
Sua aplicação no transporte internacional de cargas já é realidade em projetos pioneiros. Grandes companhias como a Maersk e Amazon anunciaram metas ousadas de introdução deste combustível verde em suas frotas nos próximos anos. O potencial é substituir diesel e querosene por hidrogênio em motores adaptados ou usar esse gás diretamente em células de combustível, a fim de gerar eletricidade a bordo dos veículos.
Desafios e perspectivas para o futuro
A adoção em larga escala do hidrogênio verde no transporte internacional ainda enfrenta desafios consideráveis.
Um deles é a necessidade de desenvolver toda uma infraestrutura para viabilizar o abastecimento dos veículos. Isso inclui implementar capacidade de produção eólica/solar, transporte, armazenamento e distribuição do hidrogênio aos pontos de consumo.
Outro obstáculo importante são os altos custos das tecnologias envolvidas, desde a geração renovável até a conversão e o armazenamento do gás. Felizmente, espera-se que os preços caiam, conforme essas tecnologias ganhem escala comercial.
No longo prazo, o hidrogênio verde tem potencial para se tornar altamente competitivo e, assim, dominar o transporte internacional descarbonizado. Projeções indicam que até 2050 sua participação poderá chegar a 34% na aviação, 37% no transporte marítimo e 49% nos caminhões pesados.
Para que esse potencial se realize, governos e empresas precisam superar barreiras e acelerar projetos pioneiros agora. O futuro do hidrogênio verde é bastante promissor. A superação dos desafios atuais colocará essa solução sustentável no centro da revolução da mobilidade internacional rumo ao zero carbono.
Impacto ambiental e sustentabilidade
Substituir o diesel e afins por hidrogênio verde na logística entre países anula as emissões de CO2 e outros gases que provocam o efeito estufa, que é nocivo ao planeta.
Ademais, impulsiona-se a geração renovável na produção desse hidrogênio livre de carbono. Num cenário em que o hidrogênio verde fosse adotado extensivamente, modelagens indicam uma possível redução de até 5,4 gigatoneladas nas emissões anuais do transporte marítimo e rodoviário até 2050. Isso equivale a retirar 1 bilhão de carros a combustão das estradas por um ano.
Comentamos acima sobre como Maersk, Amazon e Grupo Heineken, que já se comprometeram publicamente a zerar suas emissões logísticas nos próximos 15 anos.
Todas destacam o hidrogênio verde como peça central nesse movimento. Esta onda verde sinaliza que a preocupação ambiental será critério obrigatório para quem quiser liderar o transporte internacional daqui em diante. Companhias alinhadas às demandas ambientais do século XXI certamente sairão na frente ao adotar o hidrogênio verde e contribuir para acelerar a indispensável transição para matrizes de baixo carbono.
O papel do Brasil na produção de hidrogênio verde
O Brasil desponta como potência mundial na produção e exportação de hidrogênio verde nos próximos anos. Seu extraordinário potencial renovável solar e eólico, somados a competências no agronegócio e logística, posicionam o país para liderança nessa nova fronteira energética.
Diversos projetos bilionários encontram-se em planejamento, como o H2 Magnum no Ceará, que deve se tornar o maior complexo de hidrogênio verde do planeta. Outras iniciativas em estados como Rio Grande do Norte, Bahia e Paraná também devem impulsionar o setor. Estima-se uma capacidade produtiva brasileira superior a 2 milhões de toneladas ao ano na próxima década. Grandes importadores como Alemanha, Japão e Coreia do Sul já demonstram forte interesse em adquirir o insumo “verdão” do Brasil. Parcerias internacionais estratégicas vêm sendo firmadas nesse sentido, reforçando a projeção de liderança brasileira nessa nova commodity ambientalmente correta.
O futuro do hidrogênio verde
Conforme as tecnologias de produção de hidrogênio verde avançam e ganham escala, seus custos deverão cair de forma acentuada nas próximas décadas. Estimativas da Agência Internacional de Energia projetam uma queda de até 60% nos dispêndios até 2030. Isso aumentará a competitividade frente a combustíveis fósseis. No futuro breve, governos mundo afora deverão lançar pacotes maciços de subsídios e outros estímulos para o hidrogênio verde decolar. Isenções fiscais, fundos para pesquisa e projetos de infraestrutura farão parte desse impulso. Analistas estimam fatia de 12% desse combustível na energia global em 2050. Então, seu uso no transporte, indústria e eletricidade vai mudar a cara de setores ainda vinculados a petróleo e carvão.
Desse modo, impulsionado por inovações tecnológicas e políticas ambientais, esse combustível está no centro de uma mudança de paradigma energético, rumo a um futuro muito mais sustentável para o planeta.
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O hidrogênio verde representa uma inovação com potencial disruptivo, a fim de tornar o transporte internacional compatível com as urgentes demandas ambientais da atualidade.
Por isso, empresas do transporte internacional precisarão se adaptar a essa nova realidade se quiserem se manter competitivas e relevantes no futuro próximo. Monitorar de perto esse e outros desenvolvimentos – para entender seus impactos e implicações – será fundamental.
É exatamente nesse contexto que a Syndex se destaca, apoiando players do setor logístico como despachantes aduaneiros e agentes de carga. Com know-how especializado em comércio exterior e relacionamento privilegiado com autoridades governamentais, assessoramos seus clientes a navegar nessas transformações com segurança e êxito comercial.
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